sexta-feira, 16 de abril de 2010

Greve dos Servidores da Unimontes já duram 21 dias e governo não se pronuncia.

*Por Fabrício Amaral

A desvalorização do servidor fez com que no dia 26 de março deste ano fosse deflagrada a greve dos servidores da Unimontes. O direito de greve esta previsto na Lei 7783 da Constituição Federal que embora seja da iniciativa privada os servidores estão amparado pela decisão do STF (Superior Tribunal Federal). Os atendimentos de postos e policlínicas foram todos cancelados, inclusive os exames dos municípios vizinhos; somente está funcionando serviços essenciais inádiaveis, como determina o STF. O reitor Paulo César de Almeida reconhece que as reivindicações são legítimas e diz estar empenhado em resolver a situação, os professores e os acadêmicos também reconhecem a legitimidade das reivindicações e a necessidade do movimento.
De acordo o dirigente do Sind-Saúde/Unimontes, Milton Ricardo Brandão, os servidores optaram pela greve devido à situação da universidade estar insustentável e principalmente a situação de precariedade que se encontra o Hospital Universitário Clemente Faria (H.U.). Existem hoje na universidade servidores que recebem R$ 349,00 de salário base e os técnicos especialistas R$ 474,50 (acompanhe contra-cheque de servidor). A reclamação não é apenas salarial, o auxílio alimentação de R$ 30,00 e o auxílio transporte é de R$ 57,58 estão defasados e há, mesmo entre os servidores, discrepâncias no recebimento de benefícios como por exemplo as gratificações por produtividade. As reclamações se estedem, obviamente, às questões estruturais (falta de equipamentos hospitalares, a falta de medicamentos, falta de organização) e ao tratamento que a diretoria do hospital e a reitoria dá ao servidores, quando não é de descaso é hostil. "E a população nos trata muito mal também, pois acham que a culpa do péssimo atendimento é nossa, mas nós damos tudo de nós para poder atendê-los bem! ", relata emocionada uma servidora que atende no pronto socorro do H.U..
Apesar do período eleitoral e de o governo anunciar o reajuste de 10%, os servidores não viram outra saída senão a greve, porque, como afirma Brandão, "desde 2008 estamos tentando dialogar com o governo Aécio e mostrá-lo a precária situação em que se encontra os servidores da Unimontes, mas todas oportunidades para as reuniões foram adiadas sem justificativa plausível, sendo assim o descaso, os servidores em assembleia geral reclamaram a greve depois da última tentativa no dia 19. Estamos até hoje, (sexta) com 21 dias de greve e o governo não se pronunciou, as negociações com a reitoria e direção do hospital avançaram pouco, todavia expectativa é que o governo nos receba. Temos até julho para lutarmos".
No último dia 14, os servidores fizeram outra passeata para dialogar com a população. Marcada com o símbolo fúnebre do caixão, representando o Governo Aécio e Anastasia, a passeata foi até a praça doutor Carlos onde os servidores denunciaram novamente, por meio de faixas e carro de som, o descaso e o desrespeito para com os servidores e a população, o sucateamento da educação e da saúde do estado de Minas Gerais, os altos gastos do governo com propaganda e atores e a falta da grande mídia para mostrar a realidade do serviço público; criticaram, também, a omissão dos deputados da bancada norte-mineira. Após o ato, os servidores foram até à reitoria para ouvir o reitor que anunciou que os servidores não teriam os dias cortados. Embora já houvesse a decisão de que a greve permaneceria mesmo se cortasse o ponto, os servidores receberam a notícia como uma vitória. O movimento ganhou mais força com a solidariedade dos Professores (Adunimontes) e dos acadêmicos (DCE) que estão recolhendo alimentos para ajudar os servidores a manterem o movimento. Dessa forma o movimento grevista pressiona cada vez mais o governo a responder as reivindicações do servidores e ao que tudo indica os professores entrarão em greve no próximo dia 19. A respeito de o governo receber os servidores, Brandão disse que nesta sexta estará reunido, em Belo Horizonte, com alguns deputados da bancada de deputados do norte de minas e a secretária de estado Renata Maria Paes de Vilhena. Os professores também estarão na reunião juntamente com a representção estudantil. Haverá, no entanto, outra possibilidade de reunião do sindicato com secretária semana que vem agendada pelo deputado Padre João (PT) em caráter de urgência devido o momento que vive os servidores e a população.
Os servidores convidam a toda população a participarem das atividades da greve para pressionar cada vez mais o goveno a resolver a situação da Universidade Estadual de Montes Claros e assim voltar a atender normalmente o cidadão.
Enquanto se discutem a situação da Unimontes, Montes Claros espera, da administração municipal, melhorias na saúde e na educação como um todo.

*Fabrício Amaral é servidor da Unimontes

2 comentários:

  1. Eu acho uma perda de tempo o sindicato do servidores conversarem com Paulo Cesar, tem que conversar com os donos dos porcos. Esse PC é o maior puxa saco do governador, no forum de ensino do ano passado pc ficou babando ovo de Anatasia, PC não tem interesse nenhum de resolver problemas dos servidos pelo fato de estar com o burro na somba, falta pouco tempo para ele sumir da reitoria, é o reitor mais atrasado que já vi, pior que ze geraldo, é igual os politicos da bancada do norte.

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  2. A greve é justa e necessária, os servidores da Unimontes sofrem à anos sem reajuste salarial e as condições dos estudantes é precária, sem instalações físicas adequadas, sem incentivos e sem laboratórios, esse é o momento de todos conseguirem a dignidade necessária.
    Os professores, que procuram se especializar e fazem cursos não receberam a promoção devida, é o caos e descaso para com uma instituição de enorme importância para o norte de Minas.

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