domingo, 10 de outubro de 2010

Após as eleições prefeito volta com seu saco de maldades

Montes Claros só paga a partir de 2ª e vai até o dia 21

Depois das eleições que acabou elegendo o filho do prefeito, a Prefeitura de Montes Claros, alega que está encontrando dificuldades para quitar sua folha de pagamento, inchada com cerca de 10 mil funcionários, a metade deles contratada, sendo que a maioria absoluta pelo atual prefeito. Segundo o jornal Estado de Minas, o prefeito Luiz Tadeu Leite (PMDB) admitiu as dificuldades financeiras e anunciou que o pagamento referente ao mês de setembro será iniciado apenas na próxima segunda-feira, 10º dia útil. Normalmente, empresas e outros órgãos públicos depositam os salários até o quinto dia útil de cada mês. Pela escala de pagamentos, servidores da educação recebem na segunda-feira, os da saúde no dia 18 e os dos demais em 21 de outubro.

Ás vésperas do primeiro turno das eleições, a prefeitura pavimentou ruas e inaugurou outras obras. Porém, Tadeu Leite procurou afastar qualquer vinculação entre o atraso do pagamento do salário de setembro e qualquer "sacrifício" das contas da prefeitura com gastos para favorecer candidatos ligados à administração municipal. O prefeito apoiou a candidatura a deputado estadual de seu filho Luiz Tadeu Leite Martins (Tadeuzinho), do PMDB, eleito com 56.898 votos. Ele recebeu 20.692 votos em Montes Claros, onde o majoritário foi o deputado estadual reeleito Gil Pereira (PP), com 29.087. Gil é casado com a vice-prefeita Cristina Pereira (PP), que está em processo de cisão com o titular. Durante o período eleitoral, ela se afastou da administração para atuar nas campanhas do marido e do governador Antonio Anastasia (PSDB).

Para deputado federal, Tadeu Leite apoiou o empresário Wilson Cunha (PMDB), o quarto mais votado na cidade, com 16.787 votos. No geral, Cunha teve 47.689 votos e não conseguiu se reeleger. Setores da administração municipal também apoiaram o deputado Saraiva Felipe (PMDB), que recebeu 4.485 votos (o oitavo mais votado no município) e passa a ser o único representante da Região Norte de Minas na Câmara Federal.

O prefeito alega que a situação não é nova. Devido às dificuldades financeiras, há algum tempo a prefeitura não consegue fazer o pagamento dos seus servidores até o dia quinto útil, tendo que esperar o recebimento das primeiras parcelas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), depositadas no dia 10 de cada mês, disse. "Essa situação vem ocorrendo há pelo menos cinco meses, por causa da queda das receitas. Não tem como relacionar isso com os gastos na campanha política. Até achamos que os candidatos apoiados pela administração podem ter perdido votos por causa desses problemas que estamos enfrentando", sustenta Tadeu Leite.

O prefeito admitiu que chegou a haver ameaça de o pagamento do salário de setembro atrasar ainda mais do que o dos meses anteriores. "Mas, conseguimos equacionar o problema e vamos fazer o pagamento a partir de segunda-feira, dia 11". O prefeito disse ainda que até o final do ano, "a prefeitura terá que tomar medidas para adequar as despesas à realidade". Disse que a meta é fazer um esforço para cortar outros custos, a fim de evitar o desemprego em massa. Mas não deixou claro se haverá demissões.