domingo, 8 de agosto de 2010

Dengue já matou 72 pessoas em Minas Gerais




Duas mortes por complicação da doença ocorreram na última semana

Flórence Couto - Repórter - 14/04/2010 - 18:52

MAURÍCIO DE SOUZA

Moradores do Bairro Felicidade fizeram manifestação contra a dengue nesta quarta

Duas mortes por complicações de dengue foram registradas na última semana em Minas Gerais, subindo para 17 o total de óbitos pela doença – incluindo outros nove por complicação e seis por febre hemorrágica. As últimas vítimas são de Divinópolis e Bom Despacho, na Região Central do Estado. Estas 17 mortes representam 70,83% das registradas no ano passado inteiro.
A situação preocupa Belo Horizonte. Tanto que a prefeitura realiza durante toda esta semana a 'Operação Pente Fino' de combate à dengue no Bairro Jardim Felicidade, Região Norte da capital. Nesta quarta-feira (14), um cortejo fúnebre percorreu as ruas do bairro.
A ação contou com o apoio da equipe do Mobiliza SUS, da Secretaria Municipal de Saúde, e dos agentes comunitários de saúde, dos agentes de combate a zoonoses, alunos das escolas do bairro e populares. Na quinta (15) e na sexta-feira(16), as equipes vão panfletar no bairro, chamando a população para participar do mutirão de limpeza na segunda (19).
O balanço da dengue foi divulgado nesta quarta-feira (14) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), que também apontou que o número de casos da doença cresceu 14% na última semana em Minas, chegando a 98.315 notificações. No dia 6 de abril, o número era de 86.189.
As notificações dos casos tendem a ser maiores do que os registrados no ano passado, já que agora estão circulando no Estado, pela primeira vez, três tipos do vírus da dengue simultaneamente. A comprovação foi feita pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), por meio dos exames de isolamento viral.
“Quando temos mais sorotipos circulando, maior o número de casos. Além disso, ocorre o aumento da gravidade, porque quando uma pessoa pega a dengue mais vezes, a tendência é que a doença se desenvolva de forma mais grave”, alertou Kauara Campos, referência técnica estadual em dengue.
O sorotipo 4 ainda não entrou no Brasil, apesar de haver registros de circulação desse vírus em cidades que fazem fronteira com o país. Não há ainda a comprovação de qual dos sorotipos é o mais grave.
Dos casos registrados no Estado, 39 foram de dengue hemorrágica, sendo que, desse grupo, seis pessoas morreram. Os óbitos foram registrados em Arcos, Frei Inocêncio, Belo Horizonte, Paraopeba, Vespasiano e Nova Lima.
Além dessas mortes, ainda estão sendo investigadas outras 34: seis em Belo Horizonte, cinco em Carangola, duas em Bom Despacho e em Luz, uma em Itaú de Minas, Martinho Campos, Contagem, Arcos, Ponte Nova, Caeté, Montalvânia, Itamarandiba, Paracatu, Ribeirão das Neves, Pitangui, Resplendor, Córrego Dantas, Coronel Fabriciano, Betim, Dores do Indaiá, Rio Casca, Timóteo e Ituiutaba.
Também foram notificados 109 casos de dengue por complicações, sendo que 11 resultaram em óbitos, ocorridos em Betim (2), e Martinho Campos, Arcos, Lavras, Moema, Bom Despacho, Salinas, Divinópolis e Coroaci.
Belo Horizonte, Betim, Montes Claros, Carangola e Unaí são as cinco cidades com maior número de casos notificados no Estado. A capital apresentou 20.326 casos, representando 66,9% do total em Minas Gerais. Em comparação com o balanço apresentado no dia 6 de abril, o número de casos de dengue em Belo Horizonte cresceu 10,36%. No balanço anterior foram registradas 18.418 notificações.
Em Carangola, na Zona da Mata, a quantidade de casos de dengue aumentou 5,1% em apenas uma semana, passando de 3.246 para 3.413. Em virtude disso, a Secretaria de Estado de Saúde informou que foi enviado ao município o “equipamento de ultra baixo volume”, conhecido como fumacê. Além disso, técnicos de referência do Programa de Controle da doença seguiram para o município para orientar as ações de combate.
Segundo a assessoria de imprensa da SES, até o momento, 54 municípios estão em estado de alta transmissão. Divinópolis, Luz, Iguatama, Curvelo, Buenópolis, Pompéu e Paraopeba já solicitaram a força tarefa e estão com ações programadas.
As demais cidades que necessitarem de reforço podem solicitar à secretaria. Além desses critérios, a SES irá avaliar também se a transmissão é recente e qual a necessidade de agentes por município.