Em 2006, o PT coligou com o PMDB no Estado e não foi bom. Resultou na perda de cadeiras na Assembléia e na Câmara. Enquanto que o PMDB fortaleceu a sua bancada, tanto em Minas, como em Brasília, inclusive ressuscitando Tadeu e sedimentando o seu caminho de retorno à Prefeitura, cuja conduta, naquele pleito, foi a mesma que pratica, desde a sua campanha para vereador em 1976, ou seja, cabalar votos para si próprio e desconhecer o candidato majoritário do seu partido ou da coligação. No caso, Nilmário e Lula, Governador e Presidente.
Agora, nas eleições de 2010, o assunto volta à baila. Só que com uma agravante: o PMDB quer a cabeça da chapa de governador. Para tal, argumenta que o seu pré-candidato, Hélio Costa, lidera as pesquisas de intenção de votos para governar Minas, e que o Partido já fechou com o Presidente Lula para compor a chapa da Ministra Dilma, além de invocar a tese de um palanque único no Estado com os partidos da base do Governo Federal.
Tais argumentos, ao nosso ver, não tem sustentação fática e política e só servem ao PMDB, que, desde o fim da ditadura, rasgou do seu estatuto princípios ideológicos e programáticos e adotou a prática de poder, a qualquer preço, sem nenhum constrangimento de estar na sela ou na garupa. Para isso, não importa se a mula manca, quer é rosetar, qual o dito popular.
Espera-se que o PT não incorra no erro de 2006. Conta com dois pré-candidatos fortes para Governador: Patrus e Pimentel. A militância, não obstante dispersa, não digere um PT coadjuvante de forças retrógradas, inteiramente contrárias ao avanço das transformações sociais vividas no governo Lula, pós 2002. Basta que o Pimentel fez em Belo Horizonte, entregando, de mão beijada, a Prefeitura, desconsiderando todo um processo histórico administrativo popular e participativo, inaugurado por Patrus e Célio de Castro, norteado no programa e diretrizes do PT, com fulcro no Orçamento Participativo.
Pode haver mais de um palanque para a candidata do PT em Minas, envolvendo os partidos da base do Governo Federal. Se nenhum ganhar no primeiro turno, unifique-se o palanque no segundo em cima de um programa de governo democrático e popular e não de rateio de cargos.
João Avelino Neto - Advogado. Foi Presidente do PT de Montes Claros.
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