domingo, 31 de janeiro de 2010

Post deste blog repercute na Folha e em outros órgãos de imprensa

A Folha de São Paulo de quinta feira, dia 21, deu destaque ao Blog Em Cima da Notícia

“Prefeitura banca sucesso de sensação da Superliga


Com R$ 550 mil de verba pública, Montes Claros surpreende rivais estrelados

Cidade investe cerca de R$ 2 milhões para reformar ginásio que sedia os jogos da equipe e abriga o maior público do competição

MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Um intruso vem dando trabalho aos principais times da Superliga masculina. Trata-se do Montes Claros, que, mesmo sem estrelas da seleção, já desbancou nesta temporada o atual campeão, o Florianópolis, e o supertime do Pinheiros, de Giba, Gustavo e Rodrigão.
Hoje, às 20h, o time do interior mineiro volta à quadra para tentar surpreender o líder Cruzeiro, em Itabira.
Estreante na Superliga, o Montes Claros foi criado em junho pela prefeitura da cidade mineira para “alavancar a autoestima da população local”. A iniciativa parece ter dado certo, uma vez que o time possui a maior média de público do torneio: 5.326 pessoas por jogo.
“Nossa ideia era colocar Montes Claros em evidência em nível local, nacional e internacional”, comentou Jaime Tolentino, secretário-adjunto de Esporte do município situado a 442 km de Belo Horizonte.
Pelo menos no “mapa” do vôlei nacional a equipe está bem situada. Após 12 rodadas da Superliga, o Montes Claros acumula nove vitórias, só uma derrota e 19 pontos, dois a menos do que o líder. Ocupa uma quinta posição “virtual”, uma vez que tem menos jogos disputados do que as quatro equipes que estão acima na tabela.
Para montar um time competitivo, a prefeitura injetou R$ 550 mil, o que corresponde a 18% do orçamento dedicado à secretaria de Esportes. E ainda se dispôs a reformar, por quase R$ 2 milhões, o ginásio Tancredo Neves, o segundo maior de Minas Gerais, com capacidade para 12 mil pessoas.
A principal parceria articulada pela prefeitura foi com a Coteminas, maior companhia têxtil do país, que pertence à família do vice-presidente da República, José Alencar.
Juntando todas as receitas, a equipe conta com cerca de R$ 1,5 milhão para a temporada, orçamento considerado médio para os padrões da Superliga. Estima-se que o supertime do Pinheiros, por exemplo, disponha de R$ 5 milhões para esta edição da competição.
Curiosamente, o nome da equipe é associado a uma instituição ligada à educação, a Funadem (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Educacional de Montes Claros).
“Não ligamos o nome do time à prefeitura porque não queríamos dar uma conotação política ao projeto. Acabou sendo a Funadem a nossa parceira, mas poderia ser qualquer outra fundação que estivesse interessada”, justifica Tolentino.
Mas o projeto do time profissional de vôlei não ficou imune a críticas, principalmente de rivais políticos do atual prefeito.
Em seu blog, o jornalista Luís Carlos Gusmão, ligado à gestão anterior da cidade, escreveu o texto “Montes Claros revôleitada – O vôlei ganha, a cidade perde”, criticando a prioridade dada ao projeto em detrimento dos investimentos em saúde.
No post, ele diz que a cidade é “campeã na infestação de dengue”. Segundo levantamento do Centro de Controle de Zoonoses local, Montes Claros registrou um aumento no índice de infestação do Aedes aegypt de 5,8, em janeiro de 2009, para 7,8 no mesmo mês deste ano".
Além de Cida Santos, colunista específica do vôlei da Folha, os jornalista Chico Maia, Benedito Said e João Braga Júnior destacaram o post Montes Claros revôltada - o vôlei ganha, a cidade perde

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