Em 2010, reportagem do jornal informava que Francisco Santos Filho havia sido assassinado na região da Lagoinha pelo Cabo Melo
Com a prisão do major Laércio Soares Melo (Cabo Melo), a polícia está certa de ter elucidado o desaparecimento de Francisco Santos Filho, o "Chiquinho Despachante", confirmando informação dada com exclusividade pelo Daqui. O delegado Rodrigo Bossi de Pinho, da Delegacia Especializada de Homicídios de Belo Horizonte, afirmou que Chiquinho foi executado pelo militar, a quem considera psicopata. Segundo Pinho, ele é suspeito de matar mais 20 pessoas, sempre por motivo torpe.
O caso começou a ser esclarecido depois do encontro de uma ossada humana na comunidade de São João, próximo a Lagoinha, zona rural de Montes Claros. Exame de DNA confirmou ser do despachante. Em junho de 2010 fonte da Polícia Civil - que pediu anônimato - garantiu ao Daqui que Chiquinho Despachante fora assassinado exatamente no local onde recentemente a ossada foi localizada. Na época, o policial civil, que trabalhou ativamente nas investigações, revelou que "celulares que estavam com a vítima ´subiram` a serra e não desceram”, acrescentando não ter dúvidas da participação do militar. Dos 4 aparelhos rastreados, 3 pertenciam a Chiquinho Despachante e um ao policial, que era amigo da vítima, mas lhe devia dinheiro. A dívida foi o motivo do assassinato.
Outra vítima de Cabo Melo confirmada é o comerciante Gilberto Martins, ocorrido em junho de 2003, em circunstâncias muito parecidas. Martins saiu com seu algoz em um Kadett, portando R$ 5 mil. Nunca mais apareceu. O policial voltou com o veículo, dizendo que o recebeu num negócio realizado com Gilberto Martins, que teria sido deixado por ele no centro de Montes Claros. Chiquinho, ele informou ter deixado num bar da Avenida Sanitária. Também era “amigo” da vítima.
Quase 9 anos depois, por acaso, numa conversa com um conhecido que não via há muitos anos, a esposa de Gilberto Martins recebeu a informação de que havia sido enterrado, no cemitério de Urucuia, região Noroeste de Minas, no dia 2 de julho de 2003, um cadáver carbonizado, aparentemente morto com um tiro na nuca. O corpo foi encontrado jogado no quilômetro 86 da MG 402. Exame de DNA identificou a ossada como sendo do seu marido. Entre os muitos crimes dos quais é suspeito, constam dois homicídios em Januária e São Francisco.
O militar já havia sido indiciado pela Polícia Civil por estelionato, falsidade ideológica e apropriação indevida de bens de Chiquinho Despachante, como um carro e uma casa. Frio e calculista, em recente entrevista para uma emissora de tevê, ele disse que era (sic) amigo do despachante. E tranquilizou sua família, garantindo que ele reapareceria antes das eleições de 7 de outubro. Segundo as investigações, o militar conquistava a confiança da vítima, abria um negócio com ela e depois a matava. Para o advogado Júlio Antônio Canela, que defende o suspeito, não há provas nem materialidade dos crimes.
O caso - Francisco Santos Filho desapareceu no dia 30 de dezembro de 2009, quando foi para o Sítio São João, na região rural de Lagoinha, em Montes Claros. Ele estava em companhia de Laércio Soares Melo. Antes de sair, o despachante recebeu um telefonema. Disse à esposa, Elenice Barbosa Santos, que havia combinado com a pessoa receber um dinheiro, provavelmente referente à venda de uma Pajero feita ao Cabo Melo.